Agosto
Agosto,
de tão nefasto que foste
merece teu nome trocado.
Quem sabe, Desgosto.
Quem sabe, Funesto.
Foste inverno
em minha alma,
nem teus dias mais quentes
puderam esconder.
Dias de inferno,
noites sem calma,
sem frutos ou sementes,
nem flores pra se ver.
Vai-te agosto e não voltas.
Carrega ao passado
tua triste memória,
teu podre entulho,
tua amarga história
e não voltas
nunca mais
nem disfarçado
de julho
de dias de cama
ou de Natal.
Quero de novo a primavera
e verão meus olhos
uma nova era.
Nem que tal
seja nova quimera.