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Face a face
Encontro-me frente a frente
com minha face ferida,
nesse espelho, quem sabe,
em outra me vejo banida.
Neste desejo terçã,
febril de ti esquecida,
flutuo serpente e maçã
sem paraíso remida.
Antes que o dia acorde,
em uma estrela perdida
aceno pra mim distante,
como se fosse outra vida.
Recorte de um amanhã
onde não vejo guarida,
reservo-me guardiã
de outras cores despida.
Pedaço de lua nascente
pelo céu caio atrevida,
fogo e êxtase cadente,
desfolhando margaridas.
Escondo a face com as mãos
em gesto tão sem saída,
na cinza das horas vãs
sou eco de despedida.
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