Ah, mãe! E eu nem acreditei!
Por um momento pelo tempo eu viajei,
e em todo lugar, sem me cansar – te procurei...
No futuro - havia o medo da solidão.
Uma vida marcada por passos largos, sem direção...
No presente - o sentimento que nasce
já predestinado a sofrer.
No passado - a lembrança de tua face
a ensinar-me tantos porquês...
E de tanto procurar, já cansada
em meus próprios passos tropecei.
Era noite, não havia nada - e ali sentada
foi entre as estrelas que te encontrei...
Ah, mãe! E eu nem acreditei!
Fiquei te olhando, e de repente te vi chorando
como quando alguém te magoava,
e eu contigo chorei como antes eu chorava...
Nem bem pestanejei, vi quando tua imagem se apagava...
Me ajoelhei e rezei pelo que eu antes – não acreditava!
Nó céu, uma estrela brilhou ao ver que eu rezava...
De volta no tempo, sem mais me enganar,
percebo agora que já não vais mais voltar!
(1979)