Adeus, João Paulo II
Adeus
João Paulo II
Toda separação é dolorida
E implica um sentimento solitário
Não pode despedir-se, a própria vida
Num simples adeus comunitário
Há que se refugiar a sós
No secreto onde habita a mesma Luz
Permitindo que se desatem os nós
E todo sentimento, que lhes façam jus
E então, se esgotar na mesma dor
A desvencilhar-se penosa e sem alarde
Absorver, como se pode, o dissabor
No fogo que no peito, alastra , inflama e arde
Despedir-se de vez de um amigo
É por demais penoso e aterrador
Como se nos afastássemos de um abrigo
Que nos foi, constantemente, acolhedor
Vai, enfim, resgatado pela morte
Retornar ao lugar de onde veio
Pelegrino, ousou sempre na sorte
Não recuando, frente a nenhum receio
Vai nosso amigo tão querido
Ao novo lar, que o Pai lhe concedeu
Por nós, jamais será esquecido
Sua Santidade, João de Deus!