A IDADE, O TEMPO E NOSSOS VALORES

Pouco me lembro do meu tempo de criança

As lembranças vão se apagando no decorrer da vida

Às vezes recordamos de uma situação vivida

Algo que já se impregnou em nossa alma ou coisa parecida.

Um gesto, uma fala, um sentimento a toa

É o bastante pra ruminarmos pela vida afora

Tudo o que o consciente revelou naquela hora

Pela lente dos olhos e que nos marcou profundo.

Do tempo do berço, é impossível lembrar de coisas, do conjunto

Das mamadas, do colo ou das birras...

Só depois dos cinco é que começamos a grande trilha

Que nos levará ao amadurecimento, ao chefe de família.

No início da adolecência, alguns valores ainda caminham juntos

É nessa moldagem que mora o perigo

Em breve seremos jovens a procurar abrigo

Tempos de dúvidas, de inquietação

E ao menor descuido, aparece a traição.

Traição de sonhos mal sonhados

Nas vontades e cobiças, no aprendizado

Nas companhias que nos pegam pelas mãos

Que às vezes nos ajudam a tornar grandes cidadãos

Ou morrer e se acabar no poço da perdição.

Conforme a juventude chega, começam a modificar-se os valores

E o inconformismo do homem também já lhe traz dores

Na paixão que desperta cedo, trazendo seus primeiros amores

E às vezes, o fel da desilusão, gosto ruim dos dissabores.

Da minha infância, não me lembro quase nada

Mas da juventude ,sim

O meu sonho era ter um relógio e uma bicicleta só pra mim....

Veio a idade e a realidade me mostrou

O caminho que devo sempre trilhar, enfim....

Envelheci, fiz meu "pé de meia"

Não posso reclamar da vida,estou como a aranha

Que já construiu a sua teia.

Mas no equilíbrio da vida, nem todos andam a passos largos

Para uns a vida é doce, para outros o gosto é amargo

Cada um a vive como se faz

Muda a vida, muda valores, sempre muda algo mais....

Aos que estão à frente, grito:- Esperem a gente!

Aos que estão atrás, digo:- Boa sorte, saúde e paz!

Bonfim de SBO
Enviado por Bonfim de SBO em 01/08/2008
Reeditado em 15/06/2010
Código do texto: T1108003