Só ele não morre
Ás cinco e cinqüenta da manhã
Nem bem o sol despertara
Lá estava eu a escrever...
A inspiração me acordou,
Deu um nó na minha garganta e me apertou,
Pediu pra lembras do sorriso, da paz, dos amores, das manhãs...
Tantos pensamentos, tanta vida em movimento,
E ela aqui me refazendo...Meu peito de dor doendo,
Mas ela esteve comigo em meus ais...
Pensei na minha paixão, no sofrimento do coração.
Na dor que carrego nesse peito em paixão
No quanto te quero e te espero...
Depois até me contentei,
Pois os caminhos que trilhei
Também mudaram a mim...
Já não fico mais á deriva a te esperar,
Tenho a inspiração pra me acompanhar
E saio com ela de braços dados...
O sol e a vida a espreitar
Assim bem cedo de manhã.
Se for fim de tarde e tu não vens,
Não pense que fico aquém,
Sem sorte na solidão,
Ela é minha amiga das horas tristes,
Nas lágrimas subsiste,
Não teme a horror nenhum...
Caminha comigo de mãos dadas...
E até mesmo nas calçadas
Já se deitou pra me lembrar:
Dos momentos do vazio, da fome,
Da sede que eu senti nessa terra árida,
Sem água, sem pão, sem teto a me abrigar.
Minha amiga inspiração
Já me ensina a não mais chorar
Se tu prometes e não vens
Não pense que fico a mercê da tristeza e dor
Começo a compor meus versos
Tudo talvez morra por certo
Mas jamais dentro de mim
Poderá morrer o amor