A importância de me fazer ficar
Não me pede pra ficar
quando eu sei que o que você
mais deseja é se livrar de mim.
Descartável compaixão.
Sua droga particular.
E é tão romântico fingir não ver que
eu não sou mais que outro vício qualquer
em que você pendura os ossos pra ter
outra noite pra viver e esquecer.
Escuto tuas promessas...
Me paga um drink... Tudo bem.
Eu me vendo pra você.
Bizarra forma de prazer,
fingir estar apaixonado enfim.
Glamour, beijo, solidão,
roleta russa de paixão.
Você enfia os teus dados em mim
pra ver se eu te ajudo a esquecer
que em todas as tuas apostas
o fim é sempre o mesmo.
Te carrego pra casa,
você jura que nunca mais...
é sempre assim...
Eu desligo a tv
mas meu abraço quer você.
Quem diria eu viciado assim
nesse filme infeliz em que
sangrar pelo nariz e esquecer
faz Dr. Jeckyll sorrir.
Tão moderno...
suicídio por exaustão.
Cospe tuas mágoas
em minha língua outra vez
que te observo consumir meu orgulho
e me permito ser assim.
Você que nunca mais,
Me promete,
Olha em meus olhos,
Dividi a responsabilidade em partes,
Você escreve o discurso de teu desprezo pela minha insignificância em teus olhos,
Recita a indiferença da minha vida e me iguala a qualquer lixo que pisarias sem o menor remorso,
Sorte de teu azar eu saber ler o mal nos teus olhos sorrindo,
Depois me mandas cartas com suas vãs teorias de suas explicações sobre amor,
Mas eu não sei ler hipocrisia grafada em papel confuso
Quando eu parei de sentir saudade o cômodo de carinho em meu quarto virou escombros e a imagem de tua bela face não passa de um quadro preto e branco sangrando pelos olhos tentando me fazer sentir dó da falta que gritas sentir,
Mas você interpreta tudo do seu jeito e eu prefiro sangrar sozinho do que ter a ajuda do salto de seus sapatos cravando meu peito.