Guerrilheiro Cotidiano

Meu amor,

acorde ao som dos pássaros metálicos;

sublimes Máquinas “di Vinci.”

Espere a hora do sinal

e sinta o sereno das seis.

Sinta,

viva o cheiro desse rio imundo de merda humana.

Agora não é mais hora de procurar pássaros em nossas cabeças.

é hora de acordar

e tomar café com bolinhos.

Águas de março duram

até outro fevereiro,

se não perdemos o trem, é claro!

Caminho imundo,

de garis e açougues fedorentos;

há um ônibus verde cruzando a esquina.

Calcanhares inchados

e narinas congeladas de frio.

Sinais malditos!

Pessoas, cidade maldita!

Céu cinzento e nuvens loucas;

três brilhos de verdade no céu.

Bom dia, ó guerra que se inicia.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 31/07/2008
Reeditado em 27/11/2008
Código do texto: T1105868
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