Guerrilheiro Cotidiano
Meu amor,
acorde ao som dos pássaros metálicos;
sublimes Máquinas “di Vinci.”
Espere a hora do sinal
e sinta o sereno das seis.
Sinta,
viva o cheiro desse rio imundo de merda humana.
Agora não é mais hora de procurar pássaros em nossas cabeças.
é hora de acordar
e tomar café com bolinhos.
Águas de março duram
até outro fevereiro,
se não perdemos o trem, é claro!
Caminho imundo,
de garis e açougues fedorentos;
há um ônibus verde cruzando a esquina.
Calcanhares inchados
e narinas congeladas de frio.
Sinais malditos!
Pessoas, cidade maldita!
Céu cinzento e nuvens loucas;
três brilhos de verdade no céu.
Bom dia, ó guerra que se inicia.