MONÓLOGO
Quando não podes dialogar
Porque solidão te invade
Ou porque o amor acabou
Poeta não deves desanimar
Deves ter força de vontade.
Um poeta consigo falou:
Muito baixinho
Com os meus botões,
Falo sozinho
Minhas emoções,
Dores e penas,
As alegrias,
Vidas serenas,
Sonhos a esmo,
Sem companhias.
Falo sozinho
Comigo mesmo
Muito baixinho.
Tudo 'stá fusco
Na minha vida.
Alivio busco
Na minha lida.
Versos que faço.
Olhos chorando,
Rindo cantando,
Deixo meu traço
A minha trilha.
Em nada brusco,
E nada brilha.
Tudo 'stá fusco.
O tempo passa
Sozinho estou.
Vida devassa
Para onde vou.
Monologando
Vivo a sonhar,
E murmurando
Alma a sangrar,
Negro coração
Tristeza crassa,
Nesta solidão
O tempo passa.