Página do diário de "Número Dois".
Sou o número dois do meu rebanho,
Não ser o primeiro é só um vício...
Já faz tempo que alimento.
Há sempre um corpo a minha espera...
E eu me rendo,
Não há problema em ser fraco...
Não tenho medo da solidão...
Minha fraqueza é uma chama,
Pronta para queimar
Por qualquer ameaça de calor.
Não temo a queda,
Estou no escuro...
Não vejo o fim.
Sempre busco o que não me convém,
Sempre gozo
Com o erro,
É assim que tudo termina...
Não há meios no meu crepúsculo...
Estou caindo,
Sem sentido...
Em direção a dúvida.
Lívia Noronha
Belém, 30 de julho de 2008.