"Narrado desde que a loucura chegou"
Quando a loucura
Bateu na janela do meu quarto dizendo:
_Boa Noite!
Eu fingi pra mim
Que era o vento
Que a insônia permitia.
Tentei dormir...
Não consegui.
Quis morrer...
Não tinha arma.
Quando a angústia me tomou,
Apenas solucei,
Acho que a ausência roubou minhas lágrimas.
Olhei pros lados
E vi o escuro...
Sem porta,
Sem chave,
Sem chão.
Oxum me esqueceu
Sob o medo
E agosto está distante...
Não tenho saída.
Pensar,
Viver:
Dois fados pesados.
Meu cigarro
Apagou na chuva.
Não luto mais
Contra o destino...
Não quero nada!
Lívia Noronha.
Belém, 21 de julho de 2008.