Domingos
Num retângulo de janela
vejo o casal que se beija atrás da luz amarela.
É um pouco da vida que se deseja,
nesse Domingo que rasteja.
É seco o ar parado,
como é lento o Tempo pesado.
Deve-se ser lirico ou retardado
para suportar esse dia amarrado.
Noite de Domingo é a expectativa frustrada.
Teme-se a semana que espera na escada.
Teme-se o tédio do novo dia
porque se sabe inútil fantasia.
Talvez nem haja outro beijo,
nem qualquer outro desejo.