MÁQUINAS

Pela janela eu vejo a chuva

Molhando o asfalto

Levando embora o clima seco

Mas não era o ar que estava seco

E sim a expressão dos que transitam

Pelas ruas diariamente

Sem dar um sorriso sequer

São máquinas da rotina capitalista

Acordar – trabalhar – e novamente acordar

E dormir?

Quem diz que máquina dorme?

Na verdade ficam em modo de espera

Até que o alarme soe em seus ouvidos

Despertando-os para outro dia.

Seria bom se essa chuva

Molhasse as engrenagens dessas máquinas

E as fizessem parar de andar

E começassem a rir, brincar, gritar.

Os carros parariam

E as pessoas subiriam em cima deles

Pulariam sem se preocupar

Que estão estragando a lataria.

A chuva foi embora

E todos voltaram ao que faziam,

Mas sempre sobram alguns

Que tentam alertar que não somos máquinas

Feitas para sustentar o sistema

Que não retribui para o esforço que todos fazem,

E quando as engrenagens estiverem gastas pelo tempo

As novas máquinas irão jogar no ferro velho,

É assim que funciona que com as máquinas,

Ainda somos humanos e podemos evitar que isso aconteça.

10/02/06

Miguel Rodrigues
Enviado por Miguel Rodrigues em 10/02/2006
Código do texto: T110242
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