FUNERAL DE BOÊMIO

Quando eu fôr para a eternidade

não quero tristezas à minha volta

quero ter sòmente uma escolta

de violões, pandeiros e a vontade,

dos amigos, de cantarem para mim...

não quero que pensem que no meu fim

vou deixar de amar meus amigos fiéis.

Quero sons de violão em serenata

melodias falando de amores sofridos

daqueles amores, centenas, vividos

que cantei e versejei nesta vida ingrata.

Ingrata vida que me deu vários amores

que me fez viver tantas e tantas dores

e que em breve há de ter seu fim.

Mas não quero tristezas em meu funeral

não quero alguém chorando de tristeza

quero na minha despedida um carnaval

que lembrem que aqui vivi todas as belezas

que um homem pode viver:amei e fui amado

dei amor e recebi muito carinho,

poristo quero alegria em minha despedida

choro só de violão e cavaquinho.

Afinal, êste deve ser meu prêmio

pela bela vida que levei

por tanto que fui amado e muito amei

mereço um funeral de boêmio!