SOU...
Mesmo que renasça
Por tantas vidas venha viver
A diversos mundos pertencer
Ultrapassando o tempo
Transpondo a eternidade
Ainda assim não acalmará este querer
Por tanto que tenho sede de vida!...
Um estonteante desejo de sentir
Uma imensidão que o peito dilacera
Subjugada pelas imposições
Reprimida pelas razões
Mergulho solitário neste oceano
Nos mistérios sem respostas
De um ser em ser inconformado
As dores que se espalham
Acido que escorre na alma
Resfolga as ilusões
Destrói sonhos
Realidade infame
Altos muros, grades que atrela, isolam...
A lamina que fere, machuca!
A indiferença desfolha-se em destino
Dando-me o pranto como companheiro
A solidão como manto
Impondo-me o silêncio
Quando do peito quero gritar
Arrancar estes vastos sentimentos
O peso de um mundo interior
Gigante que sufoca, suga todas as forças...
Pondo-me de joelhos
Diante do que jamais encontrarei
Conquistas inerentes ao ser
Que a mim não foi legado
Satisfação e realização...
Sou a imensidão sem par!...
Triste e solitária a lágrima
Vem consolar um coração
Onde o querer se faz impar...
Santo André
SP-BR
16.03.2005