O Calcanhar da Sorte
O Calcanhar da Sorte
Minha sorte palmilha no meio da poeira,
No calcanhar da sorte e no pulsar que me corre nas veias,
Por entre um caminhar demente e vadio,
Como quem rasteja o mato,
E se descobre sozinho e frio.
Minha sorte vai no som abafado das palmas,
No aplauso de longe que se esvai por entre as almas,
No assalto de surpresa a um problema complexo,
Que me feriu de morte, numa sorte sem nexo,
A sorte colocou meu mundo em órbita,
E a elíptica curva ditou uma jogada torta,
Fez a vida sem cor e sem sentido,
Deixou-me a poeira a enevoar o caminho,
E um fio, onde seguro um corpo ferido!
Nenúfar 25/7/2008