Hino a auto-afirmação

Sou fiel

Porque não engano:

Mênade sempre soube

Me ter.

Sou Estranha

(Advéna),

Mulher no bar escuro

Procurando a benção de Oxum.

Sou egoísta

E me afirmo,

Sei o que Narciso viu no espelho.

Vi meu reflexo

E estava nua...

Me abracei

Num desencontro.

Não me interrogo,

Só moro em mim

Quando a poesia

Vem me visitar.

Nunca me calei,

Sempre estive aqui,

Gritando...

Mesmo que ninguém

Soubesse me escutar.

Sou negra

E sempre serei

O oposto

Desta História de só labor.

Sou do ócio,

Da verdade dissonante,

Do super-ego oscilando...

Pela fumaça do amor,

Por tantos goles de prazer!

_Ich bin schawrzkunstler,

Sou libertina,

Buscando um abismo

Pra eu me encontrar.

Lívia Noronha.

Belém, 08 de julho de 2008.

(0h44min).

Lívia Noronha
Enviado por Lívia Noronha em 26/07/2008
Código do texto: T1098813
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