ANATUREZA
ANATUREZA
À NINFA paulistana
ANA VALÉRIA SESSA.
Ela vem das vagas do mar,
Feiticeira, mulher-sereia
Brincando na areia.
Ela é Ana,
Santa e profana,
Encarnação da paixão.
Ela é tecida de luzes e de trevas,
De sol e de sombras.
Incensada de verbena e alfazema,
Ela é a canção dos meus desejos.
A bela coroada de mil folhas,
Ela é vislumbre do irreal,
Meu sol imaginário,
Abismo do tempo oceânico;
No fundo mar
Ela vive sentada sobre
Um trono de ouro,
Nas mãos, um rosário de conchas...
Os liriais seios fremem de emoção,
E do peito de Ana faíscam pedras corais,
Ela é meu jardim-de-infância de estrelas azuis,
Ela é doçura e melancolia,
Oceana,
Hosaná,
Lira,
Epifania Analíria,
Lírica,
Delírio,
Ana Lírio,
Do bel canto
Plein d’amour,
Oceano azul,
E os botões se convertem em flores,
E as pétalas desabam sobre a relva trêmula,
E a Nereida Ana,
Cheia de sentimentos,
Com a voz e o canto,
Reconfigura o mundo
Estabelecendo correspondências...
Anatureza:
Um novo sentimento
Pousa nas marinhas águas revoltas,
E Ana se faz torrente de luz
Sobre o calmo mar.
Prof. Dr. Sílvio Medeiros
Campinas, é inverno de 2008.