Lua Minguante
Não irei falar de cores, de ventos, de gostos... De poesia!
Recuso-me a falar de vida, de risos, de gente... Da nostalgia!
Sem dúvida alguma... Não irei falar de sorte, de circunstância...
Muito menos de destino, das medidas pela balança...
Nem a idéia de tocar em teu nome, teus sonhos, tua vontade...
Falar do teu riso, do cheiro, das armadilhas, completamente, sem necessidade!
Hoje, irei calar-me diante de um silêncio permanente.
Serei boca em selo, lábios cerrados, voz apagada sem semente!
Não tenho a pretensão de olhar-te em pele...
tampouco, serei tua brisa, mesmo que o peito atropele...
Hoje, eu abrirei a porta da mentira crua...
Vou velar-me em sono, nem em sonhos... Serei tua.
Depois, quando o sol nascer... Vou guardar-me em mim, novamente...
Sou laço fechado em voltas, infinito e permanente...
Sou o zelo que tenho, sem cuidados desnaturado...
Estou na parede, em fato... Auto-retrato.
Hoje, não verei a lua, tão míngua, tão mágoa...
Hoje o choro chega, sem dó, feito da mina à água...
Depois, quando o sol nascer... Serei a lua...
Tão longe, tão míngua... Tão tua!
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