Um anjo que morre.
Anjos que voam no obscuro paraíso perdido
E soltam as vestes ao vento em consonância
Como borboletas azuis que se perdem no céu
Em noites que viram mariposas assombradas
Em pobres obsoletos mantos esfarrapados
Drogadas pela essência da luz que ludibria
A isca perfeita por detrás do véu
Antes dos sonhos de voarem acordadas
Perderam-se no fascínio dourado
E já andam exclusas da dança do escurecer
No semblante cansado do corroído prazer
Perambulam noite adentro num errar distante
Quase tocando a ferida do fogo
No centro exato do pensamento plasmático
Na luta pelo ígneo morrer!
Nas asas do Éden mórbido causticante
Eleva-se o sopro do último suspiro
Que sobe como as chamas da vida
No lamento da chuva que chegou tardia.