ALMA DESNUDA 


Quero agora
cantar amores,
chorar saudades, 
beijar o vento,
abraçar o sol,
suspirar à aurora.

Chorar
não consigo.
Cantar
não posso.

Sou rio
sem vida
sem margem florida,
sem brisa da manhã,
sem clarão da lua,
sem arrebol!

Sou alma perdida,
imagem nua
a vagar sem rumo
na noite escura.

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