Barcos
Navego num mar de ilusões.
Transporto toda a minha ira.
Alimentando-me de frustrações.
Barcos me levam aonde o vento mais forte soprar.
Deixando-me a deriva.
A espera da próxima tempestade.
Que irá me confrontar.
Ondas grandes e violentas.
Empurram-me cada vez mais ao fundo do mar.
Cercando-me.
Deixando-me sem saida.
Sem saber voltar.
Mais a frente vejo a chuva.
Que molha o meu barco.
E me cobre de frio.
Apagando-me a luz.
Deixando-me num temeroso inverno.
Sem saber como me salvo.
Navego nesse mar sem fim.
Depois de todo esse pesadelo.
Quem sabe encontre a areia quente.
Ou um outro barco que irá resgatar a mim.