Sobrepõe meu fado

Eis que sobrepõe meu fado

como ciranda doce e alegre

que o palhaço, faca em punho, supere

mesmo que tenha a dor de fato.

Eis que sobrepõe meu fado

Alegre e triste, de vez só

Como a garganta que da nó

E o louco que insiste em curado.

Sobrepõe, então, meu fado

da eterna loucura totalmente vã

do vinho barato de hoje e amanhã

Onde eu (e quem eu quiser) me acabo.

Sobrepõe meu fado, senhor

sobre todas minhas loucuras juvenis

fado triste, alegre, de sonho e lis

Só não sobrepõe, meu fado,

sobre meu amor.