Quando Você Chegar

Quando você chegar, menino,

Vai encontrar cheinho,

O seu vidro de vaga-lumes,

Eu os peguei para você...

Vai encontrar seus tamancos,

Ao lado da sua cama.

Cheirosa, macia, coberta,

Com a colcha de tear,

As palhas do colchão afofadas,

O travesseiro de penas,

Quando você chegar...

O feijão sem desmanchar,

A bola de carne frita,

E a compota de figos,

Por sobre a arca da sala,

Quando você chegar, menino,

Vai ver de novo,

Sua porquinha preta.

E suas varas de pescar,

O pião e a fieira,

A lata de bolas de gude,

Lembra aquela matadeira?

Quando você chegar, menino,

O cavalo arreado,

Estará em frente à casa.

Correremos à cavalo,

Olhando a curva do rio,

Donde despenca o galho,

Da sangra d´água sedenta.

Vamos deitar de costas,

No terreiro varridinho,

Olhar o céu e sonhar,

Que andamos de mãos dadas,

Por um florido caminho,

Voar livre, solto, alegre,

Como voa o passarinho.

Ah...quando você chegar...

Paula
Enviado por Paula em 21/07/2008
Reeditado em 21/07/2008
Código do texto: T1090855
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