Quando Você Chegar
Quando você chegar, menino,
Vai encontrar cheinho,
O seu vidro de vaga-lumes,
Eu os peguei para você...
Vai encontrar seus tamancos,
Ao lado da sua cama.
Cheirosa, macia, coberta,
Com a colcha de tear,
As palhas do colchão afofadas,
O travesseiro de penas,
Quando você chegar...
O feijão sem desmanchar,
A bola de carne frita,
E a compota de figos,
Por sobre a arca da sala,
Quando você chegar, menino,
Vai ver de novo,
Sua porquinha preta.
E suas varas de pescar,
O pião e a fieira,
A lata de bolas de gude,
Lembra aquela matadeira?
Quando você chegar, menino,
O cavalo arreado,
Estará em frente à casa.
Correremos à cavalo,
Olhando a curva do rio,
Donde despenca o galho,
Da sangra d´água sedenta.
Vamos deitar de costas,
No terreiro varridinho,
Olhar o céu e sonhar,
Que andamos de mãos dadas,
Por um florido caminho,
Voar livre, solto, alegre,
Como voa o passarinho.
Ah...quando você chegar...