O CARRETEIRO
Segue estrada fora o carreteiro,
levando o progresso do seu país.
Tem na distância o seu destino,
onde bem sabe, não pode criar raiz.
Deixou uma paixão irregular millhas atrás,
sem apego amou este amor sombrio.
É como diz a letra de uma canção antiga,
seis pneus cheios e um coração vazio.
Trás nos braços carga pesada e ainda,
nada leves seus problemas vão consigo.
Prestações nada suaves a lhe atormentar,
longe da terra sem mulher e abrigo.
Corta raso de norte a sul do país,
corta fronteiras, vendo muita gente.
Levando e trazendo cartas e cargas,
vai pela estrada, vive contente.
Encontrou triste no trecho morte alheia,
muitas vezes perigando evitou a dele.
Nas brumas assassinas e no tempo ruim,
entra com as orações que a mãe fez pra ele.