Poema a um Amor - II
O olhar busca o significado de tudo
Envolto na manta sideral do universo
Debruço-me ao lado da emoção
Num secreto e manso aconchego
Que apenas o silêncio reconhece
Em páginas de saudades folheio-te
Um eco de letras une tua imagem e tua voz
Soletrando-te no mais íntimo de mim
A memória traz-te aos meus olhos
Curvada ao sonho e a nostalgia
Buscando apaziguar os meus anseios
Em minhas mãos uma carícia suspensa
Fita o despir da tua ausência
Ofereço-me ao leito da solidão
Que me estende os braços
Neste desperdício de horas
Em que tudo clama a tua vinda
© Fernanda Guimarães