DIA DO AMIGO

( Corro aquela corrida absurda do tempo mal olhado,

Do presente passado tão rapidamente

que os olhos não acompanham,

Como um borrão passando fugaz,

em cores indefinidas, pelo canto do olho.

E padeço das imprecisões do que me chega vagamente,

Sem que saiba como, ou peça que chegue.

Na minha torre de menagem, resisto como posso

Á pressão ignominiosa das folhas de calendário.

Com catapultas me lançam projéteis feitos de datas,

E compromissos incendiários eclodem, repentinos, á minha frente,

Pintando o mundo de urgências ardentes

Por entre as quais se desenha a minha fuga atabalhoada

em mapas de linhas errantes e acasos cansativos... )

Vagamente, insinuaram-me a idéia de que hoje é o dia do Amigo.

Amigo tem dia ?

Não é sempre ?

Onde estiverem, que estejam bem, todos eles.