EXTRATO
Sinto saudades!
Uma saudade própria,
Latejante,
Quente e profunda,
Que me escapa aos borbotões.
Uma saudade que fala,
Devassa-me os cantos,
Rasga dimensões,
Cega meus olhos,
Sufoca-me os sentidos,
Deixando-me o cérebro confuso,
Inerte,
Insandecido.
E no entanto,
Estou consciente,
E sinto agigantar-se em mim
Uma interminável
Vontade de viver.