Adeus à infelicidade
Essa infelicidade intragável,
é um sentimento amiúde,
tentei afastar o mais que pude,
mas insiste em ficar, insuportável.
Mais parece bolero de Ravel,
obsessiva, constante, inexplicável,
já outrora, vendo-a por outro lado
é instrutiva, racional, implacável.
É um sentimento complexo
tenta-se entender, tenta-se explicar,
todavia é todo sem nexo,
imenso, feroz, veraz,
nada que se ouse subestimar!
É algo que chega e corrói,
e nem a poesia
me permite para salvar-me o dia,
e como dói, destrói...
Dia ou outro essa infelicidade parte
e como uma obra de arte,
deixa marcas e lembranças
na mente de quem a especulou.
E dia ou outro ela volta,
e a pessoa sem anti-corpos, sem escolta
desmorona e se questiona:
“Por que por andavas não lá ficaste?!”
Ah! Infelicidade mal-querida,
entra sem permissão, sai condoída,
e volta cheia de razão, pomposa,
intrometida, entra no peito e se instala, “gloriosa”...
Saiba que não tarda, o dia da tua ida!
E não haverá mais recepções pra ti,
vai-te embora, que por toda a vida,
só a felicidade recebo aqui.