Adeus à infelicidade

Essa infelicidade intragável,

é um sentimento amiúde,

tentei afastar o mais que pude,

mas insiste em ficar, insuportável.

Mais parece bolero de Ravel,

obsessiva, constante, inexplicável,

já outrora, vendo-a por outro lado

é instrutiva, racional, implacável.

É um sentimento complexo

tenta-se entender, tenta-se explicar,

todavia é todo sem nexo,

imenso, feroz, veraz,

nada que se ouse subestimar!

É algo que chega e corrói,

e nem a poesia

me permite para salvar-me o dia,

e como dói, destrói...

Dia ou outro essa infelicidade parte

e como uma obra de arte,

deixa marcas e lembranças

na mente de quem a especulou.

E dia ou outro ela volta,

e a pessoa sem anti-corpos, sem escolta

desmorona e se questiona:

“Por que por andavas não lá ficaste?!”

Ah! Infelicidade mal-querida,

entra sem permissão, sai condoída,

e volta cheia de razão, pomposa,

intrometida, entra no peito e se instala, “gloriosa”...

Saiba que não tarda, o dia da tua ida!

E não haverá mais recepções pra ti,

vai-te embora, que por toda a vida,

só a felicidade recebo aqui.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 19/07/2008
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