Minhas mãos doíam
E minhas mãos sempre doíam
Quando tinha às dele entre as minhas!
Doíam!
As liberava!
Mas eram tomadas novamente
Eu sorria pela sensação da posse
do elo dos seres,do amor,
Continuavam a doer porém
Minhas mãos
Me alertando
Mas eu não percebia
Que não eram mãos
Que machucavam
As minhas
E sim correntes
Do mal, da opressão,
Da mentira, hipocrisia
Da difamação
Da traição
Doíam minhas mãos
Sempre doeram
Por década e meia doeram
No que eu considerava uma união
Não percebi os danos
Pois acariciavam
No tempo da articulação
E minhas mãos terão outros tempos
E perseguirão
E trarão dores
Sem disfarces
Sem luvas
Mãos que assinaram sentenças
Mãos que assinarão sentenças
Minhas digitais biográficas
Minhas mãos!