Minhas mãos doíam

E minhas mãos sempre doíam

Quando tinha às dele entre as minhas!

Doíam!

As liberava!

Mas eram tomadas novamente

Eu sorria pela sensação da posse

do elo dos seres,do amor,

Continuavam a doer porém

Minhas mãos

Me alertando

Mas eu não percebia

Que não eram mãos

Que machucavam

As minhas

E sim correntes

Do mal, da opressão,

Da mentira, hipocrisia

Da difamação

Da traição

Doíam minhas mãos

Sempre doeram

Por década e meia doeram

No que eu considerava uma união

Não percebi os danos

Pois acariciavam

No tempo da articulação

E minhas mãos terão outros tempos

E perseguirão

E trarão dores

Sem disfarces

Sem luvas

Mãos que assinaram sentenças

Mãos que assinarão sentenças

Minhas digitais biográficas

Minhas mãos!

Ana Maria Bruni
Enviado por Ana Maria Bruni em 18/07/2008
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