PRATO RASO

o uísque triste

em riste

persiste

em não se misturar

ao guaraná magro

ao beiço amargo

ao beijo largo

à tatuagem

à imagem

à paisagem

no fundo

do prato raso

profundo

profícuo

o resto

é a companhia

amiga

do amigo

meigo

leigo de mim

para sempre

é natal

na tal infância

de bicho papão

de pão de fel

de papai do céu

de papai noel

que esquece a boina

sobre a mesa

sobremesa

e a mesa sobra

pobre e sóbria

mas a mesa

está posta

exposta

sem resposta