CARNAVAL
Longe, muito longe esse amor, afigura-se-me
O amor como algo tocante da aventura de agora
Ao falar sobre ele a adversidade corroi-me
E não falar nego a melindre de outrora.
Sua mais terna vontade de viver adocica-me
Todo o tempo desperdiçado dói nessa hora
Cada contato lembrado afável sensação traz-me
Um querer do próprio querer da clara aurora.
E estamos quase sempre indo embora, ela vai
E eu fico, enquanto apressado vai-se o tempo
Para o grande apogeu desejo que de mim não sai
De retorno toda a vida o amor não egocêntrico
Mas quieta ela sabe, e eu sei também quieto
Que quando um fica o outro vai a reanimá-lo.