SAMURAI

Um verso sibilino,

desliza suave,

lâmina afiada,

precisa e fria,

na alma do poeta.

Extirpa o sentimento

enraizado;

um corte profundo,

visceral.

Lentagonia...

O guerreiro acolhe,

submisso,

o gume de aço

infalível

da poesia.

Ao fim do haraquiri

resta um último haikai...

Na neve branca,

um risco vermelho-sangue:

morre um samurai.

Lina Meirelles

Rio, 16.07.08.