Não-poeta

Acho que não sou poeta
Sou assim tão normal.

Poeta bom é maldito
Tanto ama que odeia a vida.
É triste, bárbaro e sofrido.
Sem meios, só tem extremos
e ângulos agudos opostos.

Alimenta-se de vento
vagueia por entre o tempo
com a cabeça no bolso,
mergulhada em tinta e verso.

Acho que não sou poeta
Sou assim tão pacata,
igual a tanta gente.
Nem filósofa, nem louca
nem visionária, nem santa,
apenas reflexiva.

Tomara que a poesia
ainda me salve a vida.

Autoria: Izabel da Rosa Correa