O BUQUE E SEU REMETENTE

À noite estirada na cama

aos braços de seu marido,

mesmo tão aconchegada,

não sossegava sua alma.

Continuava então perturbada

e por mais que se aqueciam,

depois de todo o ocorrido,

somente dormir poderiam.

E logo na manhã seguinte

as flores estavam mais belas,

com seu companheiro a dizer

que o buque era exuberante,

mas só era pena não saber

quem lhe enviara elas.

E ela ansiava conhecer

quem seria seu remetente.

Aquele intrigante mistério

macerava o seu coração.

Amava aquela sua família,

mas aquele gesto de paixão

lhe fazia sentir a cada dia

o pensamento em adultério.

Pior é que seu grande amor

demonstrava pouco ciúme,

ferindo a sua auto estima.

Misto de sonho e pavor

sua angústia atingia o cume

e a vida virava um dilema.

As suspeitas eram poucas,

mas aumentavam sua tortura.

Cada vez mais desconfiada

até que viu-se aliviada.

Investigando o companheiro

e mexendo em suas roupas

achou a nota da floricultura

e assim seu amor verdadeiro !

SP. 16/07/08

Fernando Alberto Couto

Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 16/07/2008
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