Poesia antropofágica 1

Poesia antropofágica 1

Sou eu que te faço companhia por aí

e à tua procura me desfalece o pranto

do teu cheiro à me acalantar, teu encanto

e prostrar as tristezas que já bateram em nossa porta.

Estás morta, pois se distanciou de mim.

Estás louca de ter partido sem seus olhos,

aliás, eles estão no meu bolso

e aqui ficarão até voltares.

Você de nada vale sem esse par de ogivas azuis,

volte para mim que eu devolvo,

melhor ainda...

Pegarei esses dois olhos de enxame azul lagoa

e colocarei dentro da boca

mastigarei carnivoramente

e engolirei seu pranto.

Tu não és minha,

mas não serás de ninguém.

Pois foste engolida pelo amor em mim despertado.