FILHO DO BRASIL
A gente toma uma pinga
No planalto ou na cantina
Todo mundo fala mal
Vem gente até do estrangeiro
Fazendo o maior pampeiro
Só para vender jornal.
Eu só tomei um gole
Não fiquei de porre,
Queria apenas provar
O produto brasileiro
Fabricado o ano inteiro
Para ao mundo exportar
Estava com um copo na mão
Era suco de limão
Mais isto ninguém sabia
Fizeram um alvoroço
Da manhã até o almoço
Pra saber o que eu bebia
Tentei expulsar o moço
Que fizera o alvoroço
Me chamaram de mané
Esta gente da esplanada
Não se contenta com nada
Reclama até do boné.
Quando inaugurei usinas,
Indústrias e oficinas,
Todos queriam mais.
Só porque molhei o bico
Jogando bola com Nico
Dizem que sou incapaz.
Andei por toda a Europa
Levando a minha tropa
Assistido os filhos de Chico.
Era uma cópia pirata
Coisa de gente ingrata
E eu paguei este mico.
Quando cheguei a Odara
Tio SAM me elegeu “O CARA”
Deixando a ONU atônita
Depois fui para médio oriente
Convencer aquela gente
A não fazer a bomba atômica
Estive com os asiáticos,
Um povo muito simpático
E ao mesmo sempre sutil.
No dia nacional da preguiça
Tirei o trema da lingüiça
Virei “O Filho do Brasil”.