LIBERDADE

A liberdade reside no teu ser,

Íngreme, majestoso penhasco!

Sou um nada, um fiasco...

Contemplativo, como soi acontecer.

Sobre mim fustiga a tempestade...

Rebento espasmódico interior...

Que, da fragância mágica da flor,

Deseja alçar-se à Divindade...

O estro, sei, suspira o barroco,

E a metáfora esconde o dilema.

O verso circunscreve um sistema,

Um tropo puritanamente oco.

Amiga, as vagas inquietas

Fustigam a alma, e a alma

Altivamente não se acalma.

Fluem e refluem no peito dos poetas!

Valdez de Oliveira Cavalcanti
Enviado por Valdez de Oliveira Cavalcanti em 17/11/2004
Código do texto: T108