Sol
Chove o sol em luzes sobre os montes antes adormecidos
iluminando os jardins destruídos pela dura sequidão,
nasce em raios no riso dos rios de leitos outrora sofridos,
acolhendo sementes que em novos verdes germinam botão.
Voa o vento na luz que o sol chove por entre suas mãos,
desenha nas sombras de si os mesmos sonhos que o tempo esqueceu,
costura o céu em linhas tênues onde a realidade se veste de ilusão
revestindo o peregrino com as orlas de seus mares onde o amor aconteceu.
Sem semblante segue o sol acarinhado pelas mãos que não pode ver,
abraça o corpo no desejo do andarilho que não foge do seu destino
carregando em suas mãos as luzes que chovem entre os dedos que parece ter,
descansa em novo céu nas cores sortidas sobre a mesa de um menino.