OBSCURIDADE

A minha insônia sempre mais aumenta
a cada instante, a cada vez que eu penso
que o meu futuro é parco, é obscuro.
Eu não diviso nada além do muro
que se atravessa pelo meu caminho.

Se ando caio logo, ali, prostrado!
Sou indigente, não mereço afagos,
prossigo triste pelo chão molhado,
só minha sombra a me acompanhar.

À minha volta ruge a tempestade,
estronda em ráios, como um fogo arde
a luz divina que os céus percorre
e, igual a mim,
               em silêncio morre.