Dentro da minha poesia...

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"... E saiba quem agride a minha lira

Quanto mais ferida, mais diz o que sente

Ainda vou ouvir você dizer pra mim, eu amo sim

Sou carne, sou osso, sou gente."

(Taiguara)

Dentro da minha poesia...

Maria Quitéria

... mora uma louca que sai pela madrugada

buscando o prazer da carne e do osso,

uma insana que tem a alma escancarada

e se atira rindo e de cabeça dentro do poço;

ela vai ao alcance de mãos que rasgam,

de corpos que pulsam com o sangue da veia

levando desejos nas liras que tragam

e uns galopares das éguas sem peia;

dentro da minha poesia tem um ser que levita

alcançando céus e estrelas onde integro

tantas rimas eternas, benditas, na voz da maldita,

da dançarina da lua, em seu manto negro

que gargalha no eco do cosmo e abençoa

os poetas desnudos de vergonha e medo,

faz coro com os anjos e deita na harpa sua loa,

ao novo, ao que não engana em segredo;

dentro da minha poesia eu saio vestida de nudez,

mostro quem sou e sorrio da cara deles

que avermelham e escondem a hipócrita tez,

fechados em suas paredes tão reles;

dentro da minha poesia eu te chamo ao duelo

te inflamo e te faço entender que o mundo

não é um cabide carregado de roupa numa modelo,

é carne, faca, fio de navalha, pão, buraco fundo...

Simultâneo:

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