PENSAVA EU E NÃO DORMIA
Eu te digo que os meus olhos coçam
ardem como um Inferno
E que eu Não consigo dormir por esta razão
Lavo os meus olhos com água
E tomo vinho quando me devia hidratar
Pensava eu em fazer Direito
largar os esquadros para ganhar Dinheiro
E estar seguro num espaço público de emprego
Lagar a segurança da Fantasia do meu mundo
por uma realidade que me põe em Desespero
Pensava eu em fazer algo da Minha Semana
Que não ficar na cama
Lendo livros sobre os quais Ninguém mais comenta
Mas quem é que agüenta
assistir ao que se costuma dedicar as conversas?
Pensava eu em uma Invenção para que
eu pudesse dizer que já tive uma Namorada.
Pensei em quem pensava e dos meus lados não vi Nada
seja a Cegueira voluntária ou a verdadeira
Dizem o quanto sou inteligente, mas só faço besteira
Eu te digo que os meus olhos estão cravados
por milhares de alfinetes com suas lâminas em brasa
Sinto um calor que não pára
Sinto uma dor que não pára
Não rimo “amor”... Eu sinto uma dor que não pára.
Minhas costas se Curvam sobre o Vício
E além das olheiras a pele “séca”
O corpo se desfaz dos músculos e os ossos tremem
A lágrima me desce a pele “sêca” lentamente
e rega brutalmente meu semblante em Hipocrisia
Sigo para escrever incontinenti o que Sinto
Então se acendem a luz da sala e do computador!
E fico tentando pôr em letras do teclado,
em versos, toda esta Insônia que poética
e forçosamente tento supor (ser) Universo.