O carro da carne
Fria manhã de um tempo sórdido.
O lixo adentra a porta e se espalha.
A vergonha na cara parece que se foi...
Tenho medo de mim, de nós... de todos.
Descobri que não sabemos viver em paz.
E isso removeu minha única esperança
De sobreviver.
Estou na ponta do abismo, e sei
Que devo fazer bonito, espetacular
Pelo menos dessa vez.
Sinto, porém, o quanto é insuportável
Ser humano e passível de erros.
Quero a sabedoria Divina e só
Encontro ignorância em minha humanidade.
Talvez cair livremente nesse abismo seja
Tudo que encanta.