Sem se render
E mais uma vez então
De tudo o que se fez
Não houve mais perdão
Não teve uma segunda vez
Nada além de um simples 'não'.
Se levantou feito um refém
As costas virou para a escuridão
Desabou e se desfez.
Levantou-se,
Porém fez do passado a sua prisão
Se ergueu, compreendeu
Que o que fizesse seria em vão.
De um beijo não se esqueceu
Mesmo que lhe apertasse o coração
E mais uma vez
Era só saudade então.
Talvez ele não viva para entender
Precise morrer para esquecer
E chore sem se render
Talvez mesmo ele se entregue sem perceber
Que mais uma vez
Era só felicidade então
Olhos clementes procuravam
Por respostas, descrentes, e rezavam
Mesmo sendo tão ausentes, insistiam, procuravam
Pediam sem suborno,
Sem encanto, sem encontro
e sem retorno.
E mais uma vez então
Seus dias eram de solidão.
E então chorando sem perceber,
Ele se entrega, mesmo que sem se render,
E vive para esquecer,
Morre sem entender
Que mais uma vez então
fora feliz sem nem saber.