Sonho

Da delicadeza perdida

do canto, da poesia,

da tristeza vendida

e do capital animal

pelas ruas dessas cidades

pelas idades de suas sombras

e pelas sombras de suas maldades

pelas ruas, todo sussurro há de lhe amedrontar

com seus passos calmos

e seu sorriso sincero,

esquece ele também do inferno

que a vida lhe insistiu em rogar

e com olhares discretos

desperta perguntas, mistérios

que nem ele mesmo,

entre lágrimas e intempérios,

soube como guardar

espera portanto o dia

em que toda a sua alegria

de mãos dadas há de lhe acompanhar

por um pedaço de chão,

olhando para um céu sem solidão

agradeça-lhe ouvindo o barulho do mar

então com os lábios em seu ouvido,

entre sussurros, murmúrios e beijinhos

juras de amor lhe há de trocar

percebe assim que o dia,

entre outra diversa alegria,

pôs o sol à janela banhar

e como num toque de ironia,

os olhos se abrem em profunda euforia

e o sonho se põe a acabar

acaba-se o sonho e a alegria,

resta só então a nostalgia

e o desejo de não mais acordar.

Lucas Sidrim
Enviado por Lucas Sidrim em 09/07/2008
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