LEGADO
Não vou esquecer
O frio da linguagem,
O rosto da imagem,
A lâmina que mata.
Aceitarei tudo,
Concreto ou abstrato,
Com o mesmo canto,
A mesma gargalhada
Que me fazem forte,
Capaz de cantar a morte
E repuxar-lhe a boca de palhaço.
Com sangue,
Deixarei gravadas
A dor e a ternura,
Marcos indeléveis
Dessa caminhada.