SENTIMENTO INCÓLUME
O sentimento,
Guardião do tempo,
Ainda está incólume
Na cela do peito.
Um gosto de saudade
Impregna a vida.
A solidão se faz!
Paira no ar a indiferença.
Parece desconhecido o lugar,
Ermo, esquisito, sombrio...
E a casa está vazia
A sangrar um silêncio doentio,
Um tédio ambulante
Que mata a fantasia.
Fecham-se portas e janelas.
Quebra-se o encanto.
Fragmentada,
A emoção escapa,
Plangendo os cantos da alma
Onde,
As sombras encolhidas
Se entreolham estáticas
No sarcasmo do tempo.