Ressaca

Sou como um barco a vela
No mar revolto da vida...
Um leve olhar pulsante,
Sonho em prosa, não se fina.

Tenho em meus versos palavras,
Que não são enclaves.
Tenho em meu peito o choro,
Amor guardado a sete chaves.

Num repente, sou lançada...
Nas pedras da rebentação,
De uma vontade louca...
Nos braços da emoção.

O meu ser arrebenta...
Na marmota solidão.
Suas águas em minha pele,
És maré alta, em meu coração.

A lua, pássaro negro,
Que veio perturbar meu sono,
Une-se, agora ao sol, em meu pranto maresia.
Dizendo Maria-é-dia.




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