Poema
“Os nomes inomináveis ou demolidos pelo pó do tempo”,
como o som do mar ao entardecer
sob um friso de aves inventadas no seu silêncio,
essa sombra que dói.
Sinto o vento límpido habitar os ombros,
percorro a praia diluindo a memória
dos gestos que não voltam à cumplicidade da pele,
essa sombra que dói.
E os nomes inomináveis como o teu corpo,
escrito no areal com a arte dos lábios obscenos,
admiro a luz coada na infusão das pálpebras,
essa sombra que dói.