Reino dos falsos deuses
E no reino dos pseudo-deuses
No falso paraíso dos anjos sem asa
Dos santos de milagres cotidianos
No reino dos juízes da própria lei
Dos gritos de aleluia,
Olhares de reprovação...
Do culto cego e amor inventado...
No reino da intolerância e preconceito
Dos que acordaram a vida inteira
No mesmo leito
Dos que divinizaram falsos preceitos
No reino dos gigantes
Que me esmagam e condenam minha falta de visão.
Vi um humano solitário a vagar por entre seus jardins
Cantava um canto sincero
E pulava em uma alegria sem fim.
Viu-me escondido, e logo me pegou pela mão...
Convidou-me para caminharmos juntos
Naquela estrada que só tinha uma direção....
Meus defeitos não importavam,
A viver queria me ensinar...
Suas falhas a mim não feriam,
Mesmo solitários, junto estávamos,
Era difícil explicar...
Eu não entendia:
"E os deuses que condenam?"
Começava a me contar:
"Viverão cegos na luz,
Até um dia abrir os olhos,
e a Verdade enxergar..."